31 março 2006

na intimidade do Universo, os deuses desassossegam o Tempo;
as barbas das pedras dos templos


Palma de Maiorca - Baleares2005

25 março 2006

Posted by Picasa noite de estrelas embrulhadas em papel de vento

24 março 2006

Belém-Lisboa




 Posted by Picasa

21 março 2006

Posted by Picasa esquecer - arrancar da terra seca a chuva de qualquer tarde

19 março 2006

contraem-se os gestos






dilatam-se as memórias


verbo sem tempo

a loucura de alguns começa,
onde a normalidade de outros termina (começa).
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles
normalmente loucos!

do gesto

Acontecem gestos

que reacendem chamas
que se vão apaziguando
mas
que não se apagam.

Acontecem chamas

chamas que não se extinguem.

Taças de Luar







Cupido
assalta-me a vida
invade-me

oferece-me Taças de Luar
brindamos
deixo-me embriagar

para depois
até a seta me arrancar
e me deixar a sangrar.

17 março 2006

além da palavra

Querer
não é só dizer
quero.
Amar
não é só dizer
amo.
Perdoar
não é só dizer perdoo.

Vermelho
não basta dizer
cor.
Lírio
não basta dizer
flor.
Maçã
não basta dizer
fruto.

16 março 2006


maré


epitáfio

MÃE
que a tua paz compense a minha saudade

10 março 2006

sonhei

Ontem quando me deitei
se viesses ter comigo
seria bom ficar contigo.
Pensei.

Adormeci e acreditei
chegares devagar
com um beijo para me dar.
Amei.

De repente, nem sei!
No meu corpo vazio
um estranho arrepio.
Acordei.

Em vão procurei,
a cama estava fria.
Lá fora chovia.
Sonhei.

08 março 2006

nostalgia

Se páro para pensar
entre as mãos apoio a cabeça.
Não sei se pense se adormeça!

Ideais, sonhos, recordações.
Imagens.
Talvez outras miragens
retalhos de velhas canções.

Algumas letras talhadas a cinzel
numa pedra branca e fria.
Tinta em pedaços de papel.

Alguém que encontrei.

Alguma fotografia
que há muito já não via.
Porquê? Penso! Não sei.

Vejo cinza e um cinzeiro,
uma flor e um jardineiro
de algum sonho que sonhei.

O que desembrulhei, embrulhei.
Despi o que vesti
e nua, adormeci.

05 março 2006

momentos

Hoje
não sinto nada, hoje
sinto tudo
tudo o que sinto e que não sinto
vontade de gritar
capaz de me calar
por nada
por tudo.
Ontem!
Não quero pensar ontem.
Amanhã!
Não quero dizer amanhã.
O momento
distraído ou atento
intenso
como incenso
acabado de derramar.
qualquer coisa

D
E
S
D
E

Q
U
E

N
Ã
O

S
E
J
A

uma coisa qualquer
Neva

e a neve que cai no chão
aquece o coração.

02 março 2006

a espera

Espero. E enquanto espero
procuro não me encontrar

Quero não ser
não ser desta forma
e regressar, para participar
no momento solene
em que a página branca
celebra a palavra.
A este morrer que me acontece
assiste um eco no cais

labareda
talvez rédea


e ser
vertigem nos teus dedos
ainda em mim.

aqui, nesta noite

Aqui nesta noite involuntária solidão

cânticos tristes da alma ao coração
arrancam poemas à lua quase encoberta.
Rimam apelos atirados às alturas
pelo espaço mirabolantes ternuras
e a noite entrega-se deserta
e a lua recusa-se uma vez mais.
A viagem é longa, tarda de mais.
O primeiro passo grita alerta

Aqui nesta noite voluntária solidão.