26 maio 2006
21 maio 2006
a Florbela Espanca
ser poeta
é olhar os astros e chorar
por não lhes poder chegar
é servir de lente de aumento
ao que é belo, ao que é tormento
ser poeta
é crer ardentemente no que se prefere
e descobrir que não se sabe o que se quer
é ter a vida plena de saudade
é estremecer de ansiedade
ser poeta
é estar aqui, ali, além
e lamentar a corrente que detém.
é olhar os astros e chorar
por não lhes poder chegar
é servir de lente de aumento
ao que é belo, ao que é tormento
ser poeta
é crer ardentemente no que se prefere
e descobrir que não se sabe o que se quer
é ter a vida plena de saudade
é estremecer de ansiedade
ser poeta
é estar aqui, ali, além
e lamentar a corrente que detém.
biombo
aí, gente num vaivém
noutros lugares também
rostos
máscaras
gente sensível à temperatura
de cafés que fumegam
de cervejas que embaciam
gestos enfadados
pela mão estendida de um rapazinho
olhares incomodados
sobre um cão que dorme
sorrisos e acenos
de amigos a amigos
antes já conversados
desafios
o barulho de um copo que se parte
de um isqueiro que se acende
...